sábado, 16 de outubro de 2010

In viva.

Acordei neste sábado como num domingo,vazia de sensações.Segredos?Já não os tenho,porque já não me sou.Pinto as unhas.Cada dedo aponta um mistério de não me ser,como que pouco a pouco tocassem a essência do nada que me forma.Na T.V,Lavoura Arcaica,enquanto as roupas balançam com a brisa irritante e depois, a fumaça.Pinto as unhas da mão direita de alegria  rosa e com a esquerda, enevoada de cinza ,levo a dor de cada momento inútil de querer me  ser.Eu sinto um prazeroso momento de mim neste instante,de não estar dentro do que me pertence e de discorrer perfeitamente dentro do EU que me condena a ser eterno.

Comecei então a inventar música,que virou só letra,depois poema e singelamente virou uma expressão:

-PORRA!BORREI AS UNHAS!

E começo a me deparar com a fragilidade de  estar sozinha ,de não mover-me naquela mesma rotina de sempre.De ser alegre para com os meus,de forjar as maneiras de Carolina e de rir,porque simplesmente tudo é engraçado.

Hoje eu acordei de forma mesmo não acordada.Eram todas as coisas na mesma disposição de antes.Eram os cadernos e papéis no chão,as roupas espalhadas e eram as mesmas 6:30 de sempre.Levantei da cama  meio nua de sonhos, do mesminho jeito de sempre de querer lembrar , de sentir as coisas que sentia na infãncia ao despertar e receber aquele bom-dia caloroso de meus pais,do sol e dia,porque  era incrível acordar.Mas hoje, eu não senti nem que há sonho.

O dia perecia  direto  me julgar,baseado em contradições.Às vezes eu causo isso também nas pessoas.
Em cada vão de mim guardo a delicadeza,distanciando-as de mim,pois quanto mais de mim tiverem, menos de mim saberão.Me arrumo novos modos, novas falas novo sorrir.Seria um conflito  se me olhassem e vissem nos olhos a ternura que guardo em cada gesto , em cada aceno,em cada mão.Se soubessesm como vivo de paixão e como me guardo em devaneios que tenho sempre ,sozinha em minha mais terna morada.Não estou em minha casa, não moro mais em mim,mas quando me era...Ah!Quando eu me era...!Eu era boba, era plena e era dele.

Ser assim se tornou arriscado e fui-me bem devagar do que me compreendia,do que me era sonho e do que me ardia.Meus desejos não são mais os mesmos.Eu não sei por quem a minha pele queima  e por onde joguei meus planos.Não sei porque as canções insistem em me apaixonar e nem mesmo porque um triste  filme me perturbou tanto.Eu só sei que sou essa fotografia de mim,sentada no sofá,pobre de ilusões ,com as mãos que ainda acenam de adeus em meio à fumaça cor-de-rosa.

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