segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dara

Tenho algo dentro de mim forasteiro ,dependente e tímido
Carente...tão carente!
Tonto em estar ,triste em se dar
Breve traiçoeiro
Tênue...
Cansado, abatido de tantas mudanças de moradas
Ele é meu e me descrê
Me pune e mesmo assim me guia.

Esse algo late compulsivo
como uma cadela preta e branca
de lacinhos cor-de-rosa
aquela minha mesma que se foi
e que ouvia grunir nas noites,apegada,chateada
fazendo barulhos de insônia na madrugada
e que na manhã seguinte, só esperava me ver sorrir
e esquecida se peneirava ,procurando aconchego

Isso é mim a partida, a verdade
tudo por causa do amor
da saudade...
por causa dos biscoitinhos em formato de osso
da dedicação diária
daquela que não pude ter na total irresponsabilidade
e que se vai de mim e do mundo...
preta e branca e de lacinhos cor-de-rosa.


Minha Darinha que se foi...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Frangalhos Poéticos

A poesia adulta 


Quero uma poesia desajeitada, livre de si e dos outros... cheia de vãos.
uma poesia dessas dificultadas, dessas sem vez...
uma palavra escrita por mês.
Quero uma poesia que sangre, que sorria,que viva!
que seja feia de tão bela
que não seja esta, ou seja aquela,mas que se seja.
incomparável às outras, transfigurada e pouco tímida
isenta de defensores , de culpas, de acusações
porque esta será a minha poesia limpa
sendo ela menina se tornando mulher
porque tudo nessa vida tem que crescer
cresça então ela em mim
Cresça a quem lê .

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A Bela é a Fera

Conto de Fadas Urbano

Por ousar ser, era
e com muita calma, fera
E de tão vazia ,repleta
e em na sua ira, quieta

Por tanto vinho, senta
seu coração de gelo, me esquenta
E sua palidez ,me enrubesce
meu amor sobe, enquanto sua mão desce

Dois no chão a rolar
quatro pernas a se fartar
Seu olhar ,ora dentro, ora fora...em mim
Gritos, gestos e sutilezas ,por fim

Doze badalos vão revelar
Em sua carruagem vai deslanchar
de sua aventura carnal
E não haverá nenhum mal

não me deixa nome ,nem sapato de cristal
não forja certezas de que foi especial
Adeus apenas, com acenos de levezas
hoje assim são as princesas.